O dia nasce e, com ele, a mesma dormência do ser,
Como ontem, como no dia anterior,
A mesma sede de dormir,
De tornar mais leve o abrir dos olhos.
Pouco a pouco, até a luz é suportável.
Como morfina, as palavras percorrem-me o sangue
Ocultando a dor.
E, a cada dia, mais palavras são precisas,
Como morfina,
Até que todas as palavras me consumam
E me soprem vida.
Um dia após o outro,
Sempre menos eu,
Mais as palavras.
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4 comentários:
Obrigada pelo poema.
Também para mim as palvras são como uma droga da qual me alimento, que me ajuda a sobreviver, que adormece a inércia, a mediocridade, a ignorância, a intolerância dos outros e a falta de humanidade...
Um abraço amigo.
CSD
Bem-vindo à blogosfera!
Promete o que nos trazes!
Agora é só continuar!
Abraço
obrigada...
pois eu sei
mas há dias como hoje.
nus de palavras
sabem a sal...
beijO
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